Aquecimento Global e Simplicidade Voluntária

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Resumo da temática abordada na palestra no Cebrac, em 26.11.2009 - Aquecimento Global e Simplicidade Voluntária: nos desertos do cotidiano, o oásis possível do livre arbítrio

Primeiramente, há que destacar que o objetivo do encontro esteve mais centrado na oportunidade de partilhar as visões de todos os participantes do que em meramente repassar informações, de forma unilateral. Nesse sentido, a existência de espaços como o Cebrac - que conjuga intercâmbio cultural com ação prática - é um fator decisivo para o atingimento das propostas da palestra e mesmo da filosofia pragmática da Simplicidade.

Quanto a relação entre aquecimento global e estilo de vida, é importante atentarmos aos fatos, que são unanimemente aceitos pela comunidade científica. Através de tecnologias consideradas confiávieis, é possível determinar de forma inquestionável que nunca na história conhecida (mais de 400 mil anos) esteve tão elevada a concentração dos gases do Efeito Estufa, especialmente o CO2 (dióxido de carbono). Da mesma forma, tem-se registro de que a temperatura média do planeta sobe proporcionalmente à concentração dos referidos gases, com algum retardo no tempo.

Finalmente, a curva ascendente exponencial verificada na concentração de CO2 na atmosfera da Terra é sincrônica com a atividad humana poluidora e destrutiva da natureza. Atualmente, estamos com 387 partes por milhão de CO2 na atmosfera. As evidências apontam que devemos reduzir esse número a 350 ppm até o ano de 2020, a fim de evitar consequências trágicas para o ecossistema planetário e para a própria sobrevivência da espécie humana. No Brasil, 75% das emissões de gases do Efeito Estufa estão ligadas ao desmatamento e queimadas. E, em termos comparativos, 16 mega-navios de transporte de containeres poluem mais do que os 800 milhões de carros do planeta.

Assim, na visão da Simplicidade Voluntária, uma das medidas mais urgentes é a diminuição da chamada Pegada Ambiental, que é o impacto individual do ser humano no ambiente natural. E um dos principais pontos a considerar é a moderação no consumo.

Na prática de uma vida mais simples, consideramos várias áreas de ação humana, podendo citar como principais: alimentos, consumo, comunicação, gestão de conflitos, cultura e educação, energia, uso do espaço e habitações, transportes, relações interpessoais e práticas cotidianas.

O que sugerimos, entâo, é que cada indivíduo observe suas ações cotidianas com um olhar mais lúcido, verificando suas motivações mais profundas, no sentido de buscar um maior grau de autonomia, no plano físico, emocional e mental/cultural.

Dentre as boas notícias, citamos que, no período de 07 a 18 de dezembro de 2009, ocorre em Copenhagen o maior Encontro de governantes sober o tema do aquecimento global. Ainda que seja apenas no plano das possibilidades, Estados Unidos, China e Comunidade Européia estarão presentes, e pode ser que haja algum progresso real no sentido de mnitigar os efeitos já evidentes do desequilíbrio no ambiente natural.

Para que isso se concretize, sabemos que é muito importante o papel das medidas em grande escala, como as políticas governamentais. Mas também sabemos que é decisivo o valor de cada indivíduo, através de suas opções pessoais, tanto no plano prático e cotidiano quanto no campo de suas crenças, esperanças e motivações. Assim, cada Encontro como esse do Cebrac é um estímulo fundamental para a criação de um campo mórfico (*) positivo pela preservação da vida e restauração do equilíbrio no ambiente da Terra.

(*) Adotamos aqui o referencial teórico do Prof. Rupert Sheldrake, que concebeu a idéia da Ressonância Mórfica ou Campos Mórficos. Vide, p.ex., os livros:

- Morphic Resonance - The Nature Of Formative Causation
Autor: SHELDRAKE, RUPERT
Editora: INNER TRADITIONS

- "Cães sabem quando seus donos estão chegando" - Rupert Sheldrake - Ed. Ciência - 476 páginas - Tradução: Claudia Guimarães - ISBN: 8573023007
- Dogs That Know When Their Owners Are Coming Home - (em Ingles) (2000) - SHELDRAKE, RUPERT - THREE RIVERS PRESS